sábado, 13 de dezembro de 2008

Tava precisando ler sobre silêncio

"Tudo o mais é ilusão - menos o que está acontecendo AGORA.

O silêncio que mora no lado de dentro da porta da nossa casa é o único Mestre a quem deveríamos dar atenção. Se soubéssemos ouví-lo.
Porque no primeiro dia o silêncio machuca como uma estaca furando pele e carne. Provoca uma dor suportável enquanto extingue o seu sangue quente.
Mas essa estaca é feita das nossas mentiras.
Tudo é mentira - exceto o que está acontecendo AGORA.
A gente só é infeliz porque não está presente."

Lisa Vietra

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Entre eles

Nosso amor é de pausas também
de silêncios
de respirar fundo
de vírgula
reticências
mas é amor
e ponto

De quando nos perdemos ou nos achamos no outro

Olhou para ela e sentiu
que se via
Antes de abraçá-la
queria abraçar-se nela
Sentindo-se nela,
ficar-se-ia com ela
beijando-se nela
sumindo-se nela
e aparecendo-se
nela, segredando-se
como espelho num quarto vazio
amando-se
os dois
cada um

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Metáfora é uma coisa que quer dizer outra coisa.
Foi uma criança que disse isso.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

De filmes e afins...

Hoje tive a sensação de que as lembranças não passam.
Ficam impregnadas no cheiro da roupa,
se propagam pelo ar alimentando o espaço
como se possível fosse, sê-lo.
Lembranças não é de passar,
como se passam certas coisas quando lhes sopram
a vida.
É de diluir-se.
Como imagino a neve quando cai
e o som do violino...

Hoje meu gato me olha fixo, e azul.
Ele não sabe que um dia vai morrer,
mesmo que fiquem intactas sua patas na janela.
(se é que se pode falar em intactas)

Por isso piso com cuidado.
Porque sei da responsabilidade de uma pegada.

"Lá vou eu
gesto em movimento"
P.L.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Pois é o verão na Bahia já começou.
No Pelourinho tem Cortejo Afro,
o Porto da Barra já tá lotado,
todo mundo se olha com cara de "vou te comer"
o calor ta de rachar
e só dá vontade de tomar cerveja.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

WEEK AND SEM VOCÊ

fim
de
semana
é
dia
de
sentir
saudade

de
ficar
em
casa
de
sair
na
rua
de
dançar
na
festa
de
pensar
em
ti

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Confissão de Vida


Tem uma respiração que me inspira quando
quase me falta o ar.

Confissão de Amor


Tem um vazamento em meu peito, que deixa o sangue escorrer
de dentro para dentro.

Confissão de saudade


Tem dois olhinhos apertados que teimam em aparecer nos meus olhos
quando estão fechados.

Série a música da vez

Os Novos Baianos
Composição: Galvão - Moraes Moreira

Acabou chorare, ficou tudo lindo
De manhã cedinho, tudo cá cá cá, na fé fé fé
No bu bu li li, no bu bu li lindo
No bu bu bolindo
No bu bu bolindo
No bu bu bolindo
Talvez pelo buraquinho, invadiu-me a casa, me acordou na cama
Tomou o meu coração e sentou na minha mão
Abelha, abelhinha...
Acabou chorare, faz zunzum pra eu ver, faz zunzum pra mim
Abelho, abelhinho escondido faz bonito, faz zunzum e mel
Faz zum zum e mel
Faz zum zum e mel
Inda de lambuja tem o carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave mé, que suavemente
Inda de lambuja tem o carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave mé, que suavemente
Abelha, carneirinho...
Acabou chorare no meio do mundo
Respirei eu fundo, foi-se tudo pra escanteio
Vi o sapo na lagoa, entre nessa que é boa
Fiz zunzum e pronto
Fiz zum zum e pronto
Fiz zum zum

sábado, 8 de novembro de 2008

Rio pra não Chorar

O Rio de Janeiro continua lindo.
Tem gente da Bahia,
tem gente de Maceió
tem gringo, Arpoador, Ipanema
e claro lá em cima o Cristo Redentor.

Mas tem uma beleza de encantamento sutil
em duas mãos que se encontram no bairro das laranjeiras
no carinho por baixo da mesa
nos beijos pelos halls dos prédios...

No Rio o que mais tem é encontro.
no metrô, no buteco, no meio de Copacabana.

Tem amigos reunidos fazendo uma queijanha
(nova modalidade de queijo com lasanha)
tem back do prensado
tem o timão cantando de manhã
- hoje a noite aqui na selva... -
Tem gente bonita!!!
Muita gente bonita.
Tem Carol, tem Mike, Fabrício, Bruno, Igor e Renato.
Tem café da manhã na cama... mamão com aveia e tudo!!!
Tem Clarice Lispector a 10 reais na Largo do Machado.
Tem a linha 584 que vai do Cosme Velho para Copacabana.
Tem escola de circo, ensaio toda noite e jantar em restaurante chique.
Tem professor de matemática maluco,
uma rede de supermercado Sendas.
Muitas floriculturas, táxis amarelos e bancas de revistas.

O Rio de Janeiro tem cor, cheiro e temperatura.
e tem o moço que me sequestrou.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Redundante!
é incrível o quanto de novo
tem
em cada encontro
novo.

Quando se descobre
nas entre-pupilas
um homem que
de novo é
por ser transitório
por ter identidades móveis
por se construir de encontros
contaminar-se

Num deixar e levar
de cheiros, gostos,
saudades.
na troca
no ser com o outro
mutualidade na construção.

Queria falar da maturidade que transpõe a barba crescida e me encontra
olho-a-olho
boca-a-boca
cara-a-cara

Queria falar do prazer,
mas tem coisa que é de sentir.
E eu me delicio...
Não sou um escritor profissional.
Se assim fosse, não calaria enquanto a inspiração não vem.
Sentaria diariamente, como num ritual cotidiano,
carderninho nas mãos exercendo meu ofício.
Dessa forma, eu danço.
Escrever pra mim, somente pela delicia das palavras,
não é que não me delicie com a dança, não é isso.
Mas quando escrevo fico oculto, nas entre-linhas, onipresente.
Dessa forma, sou mais sutil quando me descubro.
Escrevo-te com o corpo inteiro.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Série Paulo Leminski

de dia
céu com núvens
ou céu sem

de noite
não tendo núvens
estrela
sempre tem

quem me dera
um céu vazio
azul isento
de sentimento
e de cio

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Olha gente, tem uma moça aqui na Bahia que me facina com seus escritos, já até postei outras coisas dela aqui no fragmento.
Claudinha Barral é dramaturga, atriz, e é minha amiga rsrs.
E eu adoro meus amigos talentosos...

"O amor não sabe desaparecer como explodem silenciosas as estrelas no universo. Ele está entre as coisas que passam, que são barcos, crianças correndo, ventos, mas não sabe partir. A infância, quando eu mesma era a criança que corria, esse véu de lembranças que trago, a morte, meus avessos, a rosa amarela que não terá fim porque não teve começo, as luzes que se acenderam em nós, tudo isso ainda está, permanece, enquanto passam as coisas que sabem passar. "

"Meu Jesus, perdoe-me pela disenteria de certezas que me acomete de quando em quando.
Cristo, Cristo do Se, ter certeza é estar louco."

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre o deliciar-se de si mesmo


Nos últimos dias tenho me deliciado com minha solidão como quem experimenta fruta nova.

Como quem sente pela primeira vez o azedinho adocicado da pitanga ou os lábios grudados de mangaba...
E tenho amado tanto.
Ainda sinto os lábios grudados.
Os beijos e as mangabas tem algo em comum:
a vontade de mantê-los juntos.
Os lábios, digo.
Nos útimos dias tenho me deliciado com minha solidão como quem experimenta fruta nova.
E isso tem sido tão recorrente em minha vida.

Uma pausa de amarelar - porque conhecidências existem

Não sei qual a louca relação que existe entre o amarelo, a primavera e eu.
Hoje quando acordei pensei em usar amarelo.
No ponto de ônibus, encontrei um Sr. que nunca tinha visto antes usando um chapéu amarelo, uma camisa de botão amarela, uma calça amarela e achando pouco um sapato amarelo. Pasmei!
Foi surreal. Parei ao lado dele acreditando que ele iria me dizer algo de muito especial (afinal era muita conhecidência, e muito amarelo), mas ele entrou no ônibus para o Iguatemi em silêncio...
A partir daí tudo amarelou. Os cachos de banana na barraquinha. A linha que divide as duas pistas. A palaca que dizia: DEVAGAR ESCOLA, o 30 de Setembro na minha agenda.
Pensei logo em Elisabeth Finger com seu Amarelo e no La vie en close de Paulo Leminski.
Foi quando descendo do céu da Escola de Dança ( lugar onde os amigos se encontram para aliviar a mente) me deparei com uma amiga queridíssima vestida em um amarelo gema que gritava.
Logo ela que é de Oxum.
Só sorrisos...
e alguem falou: Que lindo vocês dois de amarelo.


E floresceram os Ipês na Avenida Garibaldi...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Proporção


Tenho pensado muito sobre o grande e o pequeno.
Quais as relações e quantos significados estão atrelados à essas palavras?
O quanto de carinho pode haver num grande encontro, e o quanto de amor é guardado nas pequenas coisas?
Qual a medida do grande?
Quantos centímetros tem o pequeno?
No grande cabe mais.
O pequeno cabe em todo lugar.
Um grande e um pequeno numa cama de solteiro... tem cabimento?
Quem disse que o grande é demais e que o pequeno é de menos?
O que é maior?
O avião ou o paralelepípedo?
O que é menor?
O sol ou o sutil?
Amor de grande?
Amor de pequeno?
Amor bastante.
Tenho pensado muito na relação do grande com o pequeno...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

De sonhos e silêncios...

O que te escrevo
não é de falar em voz alta
O que te escrevo
é de passar a vista e fechar os olhos.
Tem gente que nasceu para inspirar.
Parece redundante falar isso quando se tem clareza de que a respiração é condição para existência humana. Mas falo como quem acaba de descobrir...
Pasmo diante de uma beleza que não precisa de muito para ser.
Tem gente, que nasceu para causar inspiração!
Encho meus pulmões de ar e pasmo novamente diante de teus braços com estrelas que não precisam de muito para ser:
céu
E quase me falta o ar...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Repostando - aleluia à primavera



Levantei a cabeça,
vi as papoulas
e o vermelho quase me beijou.
De noite, na esquina, o adocicado do jasmim e a vontade de Clarice de pôr reticências
...Namoros.
Na passarela está em alta.
O dia tá realmente quente.
Na ultima noite sonhei com acácia.
- Pingos de ouro -
...E a primavera chegou.
Olhar o azul que vai quase verde,
vira azul de novo
e branqueia.
É primavera.
E eu amo.

De filmes e Afins

O amor é de um segundo
é de um olhar
de um sorriso
de um
só.




Na guerra.
Em casa.
Em Moscou, no bem frio.
Com edredom, chocolate, cachaça ou sishi.
Amor de homem.
Amor de adolescência.
Amor.
Amor de três, amor de cem... quanto mais melhor!
Amor que vem e passa.
Amor que fica... rsrsrrs
Amor que tem lua cheia, música preferida...
Amor que morre sem dar tempo de dizer:
Te amo
Amor que vaza, que transborda.
Amor que vive, que bebe, amor que também ama.
Tudo amor de amor.



Amor de um segundo,
de um olhar,
de um sorriso,
de um, e só.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

De filmes e afins

Queria te ver nos momentos em que você está só.

Queria poder te ouvir, quando você fala sozinha (ou sozinho, tanto faz)

Queria saber como te dói e o sabor que você sente quando te mordem.

Queria presenciar teus gozos solitários e te ver do ângulo de seus olhos.


Aí assim eu saberia-te como me sei.

Aí também é o lugar de nossas distâncias.

E é tão lindo o segredo que te guarda em ser.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Provérbio oriental luqueizado à brasileira ou Uma apologia as boas relações

Cuide bem de suas marmitas.
Elas te salvam da fome e alivia certas carências.
Remeta a elas todo o amor e carinho.
Assim terás ótimas noites de sono e uma pele linda.
De olhos bem abertos
a marmita perguntou:
Porque você sorri?
E eu disse:
Sorrio porque é bom!

Constatação

Tudo: é formiga no universo.
Às vezes
Sumo
De mim



Por isso
passo
um tempo
sem aparecer
por aqui.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Já que falei de Leminski queria registrar que acabei de ler por esses dias a biografia:
Paulo Leminski - O bandido que falava latim. De Toninho Vas. E pra mim que já era apaixonado pela obra do poeta curitibano foi um deleite encontrar com este livro. Na página 248 Toninho transcreve uma parte do Romance de Paulo que chama, Agora é que são elas, e é essa parte que divido aqui no Fragmento.

Aos 18 anos, pensei ter atingido a sabedoria.
Era baixinha, tinha sardas e tirei-lhe o cabaço na primeira oportunidade.
Não ficou por isso.
A lei falou mais forte. E tive que me casar, prematuro como uma ejaculação precoce.
Nem tudo foram rosas, no princípio.
Nos pulsos ainda me ardem as cicatrizes de três tentativas de suicídio.
Mas eu não posso ver sangue. Sobretudo, quando meu.
Assim decidi continuar vivo.
Principalmente porque o mundo estava cheio delas.
De Marlenes. De Ivones. De Déboras. De Luísas. De Sônias. De Olgas. De Sandras. De Edites. De Rosas. De Evas. De Anas. De Mônicas. De Helenas. De Rutes. De Raquéis. De Albertos. De Carlos. De Juniors. De...(ihh, acho que acabo de cometer um ato falho). De Joanas. De Veras. De Normas.

Ensaio: O Avesso da Bossa - Poema: Paulo Leminski


quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse mil faces
num só instante



basta um instante
e você tem amor bastante

segunda-feira, 7 de julho de 2008

De asas


De fato não me importaria de chamar as asas de abelhas de asas de plantas. São órgãos de vôo usados pela planta para transportar seu pólen de uma flor para outra. Flores são ferramentas que passam o DNA das plantas para a próxima geração. Funcionam como leque de pavões, mas em vez de atrair fêmeas de pavões atraem abelhas. Não existe outra diferença além desta. Da mesma forma que o leque do pavão age indiretamente sobre as patas da fêmea, fazendo-a andar até ele e copular, as cores e as listras das flores, seu perfume e néctar agem nas asas das abelhas, borboletas e beija-flores. As abelhas são atraídas às flores. Suas asas batem e carregam o pólen de uma flor para outra. As asas das abelhas podem ser chamadas de asas de flores, pois carregam genes de flores na mesma medida que carregam genes de abelhas. (DAWKINS, 1998, p. 297-298)

Entre hifens ou -sutileza-

Entre uma nuvem e outra,
raio de sol.
Entre um olhar e outro,
calafrio.
Entre o arco e o pote,
cores.
Entre beleza e admiração,
admireza.
Incrível a descoberta do hifen.
Entre o tempo-espaço,
a construção do agora.
Perceber o entre das coisas...
ler entre as linhas.
Abra e
-entre-
aqui é o lugar da sutileza.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Tenho aprendido tanto com meus conflitos.
Não ouso pensar que sou.
A busca que escolhi me faz conjugar o verbo com sendo.
Assim como no amor, amando
e na vida, vivendo.

Tenho visto muita coisa
e revisto tantas outras.

Gosto de pensar na ideia de que somos sistemas buscando a permanência
e que por isso existimos.
Dessa forma desacredito
no estável
no indiscutível
e no impossível.

Já falei ao anjo que somos Deuses.
Eu e ele.
E criamos a nossa existência.
Decidi pela liberdade como Clarice,
não como um dom mas como um desafio diário
pela minha permanência.

Por isso me assusto quando percebo em mim resquícios de um sentimento
capitalista e possessivo
quando já sei que meu amor não e meu
por mais contraditório que pareça esta frase.

Os sentimentos se manifestam em mim
e por acreditar nessa busca
eu repito

Amo-te só de amor

e assim cuido das tuas e das minhas asas
anjos são pra voar e não para decorar quartos.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Parecença após um pouco

A gente até admira os diferentes...
mas a gente gosta mesmo e se junta é com os iguais.

sábado, 21 de junho de 2008

Parecença

O Lucas que parece com o Bruno.
Bruno que parece Brian, que parece Zion, que me lembra Bob.
Bob, é o primo da Mila, filha do Bira que é irmão da Cintia.
Aquela que teve três filhos
Zé Márcio,
Zé Mário e
Zé Alfredo,
esse ultimo de tão branco nem parece que é filho de quem é.
Disse que no mês que vem nasce Zé Alfredo Júnior, tomara que pareça com a mãe.
Joaquim, Francisco, João
Parece que é tudo farinha do mesmo saco.

Parece
pArece
paRece
parEce
pareCe
parecE

De tanta parecença, aparecemo-nos!

A minha amiga do quarto ao lado descobriu que quer voar!
E foi tão lindo...
Depois de estrelas e pirilampos, com os olhinhos brilhando e quase fechados, ela me olhou e disse:
- Descobri amigo. Depois de entender a infelicidade eu descobri que preciso ir, será um passo além e eu não tenho medo. Essa descoberta me fascina. Eu sei que sou polipolar, mas agora estou inteira e a solitude me equilibra.
Aqui tem uma PAUSAMADRUGADA.
Então ela sorriu e me perguntou como eu recebia aquilo, como eu me sentia diante dessa escolha.
E aquela tranquila felicidade me levou até a beira de um abismo com gotas que caem dos olhos.
E eu senti o quanto eu a amava, o quanto aquele encontro tinha me modificado e o quanto é bom conversar com ela.
O tempo é engraçado, a mesma coisa pode estar tão longe e infinitamente perto, mesmo eu estando no mesmo lugar.
Como sempre, falamos sobre o amor; sobre como entendemos e escolhemos viver, sobre o quanto é prazeroso e tranquilo saber que encontramos pessoas que estão afim de viver assim também. Falamos sobre o mundo.
Esse lugar aberto de possibilidades.
Que venham dias felizes.
Que possamos gozar de muitos encontros.
Que eu veja muitos passarinho azuis e que ela voe entre as borboletas vermelhas.
Que tenha muito amor, sempre.
Muito sorriso, muita roda de amigos e muito beijo na boca também.
E que respeitemo-nos tudo que nos acontece.
É só.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Feliz Valentim day

Há anos que repito:
Nunca passei um dia dos namorados namorando.
Sempre me soou como um "Ai que bosta, queria tanto ter alguem comigo nesse dia"
Bom, hoje é dia dos namorados.
E aqui tô eu, sozinho.
E profundamente feliz com isso.
Conhecidentemente me perguntaram:
O que você vai fazer no Valentine's day?
Nada de ficar sozinho hein seu Lucas Valentim!!!
Hoje, tive a impressão ainda mais forte de que o dia dos namorados foi feito pra mim.

Acampamento improvisado e uns Leminskis

"Sossegue coração
ainda não é agora
a confusão procegue
sonhos afora
calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa"

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Do dia em que conheci amarelo


Amarelo sempre foi importante em minha vida, mesmo antes de conhecê-lo.

Cresci sentindo uma gostosa simpatia e uma certa intimidade com ele.

Assim como uma paixão azul que me persegue até hoje.

Da infância, lembro que éramos 4 netos em cima de um pé de acácia pingos de ouro.

Do sonho lembro das velas amarelas.

Do dia que conheci amarelo lembro do cacto, da menina bonita com saia, do suvaco dela e da hora em que encontrei seu olhar.

Compartilhar com alguém algo tão abstrato quanto um sentiramarelo, é pra poucos.

A plasticidade da cena, a conversa de canto de ouvido, o mundo de imagens emolduradas

re-significando-se

a cada instânte.

E de novo o olhar.

Me lembrei do Leminski:


"Olhar o mesmo olho

com outros olhos

em outro olhar..."


E de novo um sentiramarelo.

E o sorriso que quase escapa tem cor amarelosutil.

E o rastro dos pésquefalam me conduzindo ao lugar mais próximo que já acessei.

Entre a cena e as artes plásticas.

Entre eu e o ser do palco.

Entre o amarelo e o azul.

E aqui volto a lembrar do Leminski:


"Amor é o elo

entre

o azul e o amarelo."


Que seja um encontro de muito amor.




Esse texto foi escrito após o contado com a obra Amarelo, uma cena de dança encenada e dirigida por Elisabete Finger integrante do Coletivo Couve-Flor, residente em curitiba.

É uma apologia aos encontros e um agradecimento declarado.



sexta-feira, 23 de maio de 2008

Quando eu crescer quero ser Clarice Lispector

Hoje, depois de muito silêncio, terminei de ler Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres.
Clarice é louca, ela simplesmente começa o livro com uma , e termina com um :
ela grtita que tudo continua, que tem muito mais, antes e depois do livro.
Isso é lindo. Ela é foda!!!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cordel do amor sem sem fim - Cláudia Barral

Tem dias que leio alguma coisa e tenho a sensação de eu mesmo poderia ter falado isso.
Aconteceu com esse texto de Claudinha, então deixo que ela fale por si só e por quem mais se indentificar com suas palavras.

"Esse que cê sente não é amor, não. É vaidade. O amor é quando a gaiola tá aberta, quando a coleira tá frouxa. O amor é de soltar, esse de prender é vaidade."

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Para adoçar ainda mais a vida, recebi um e-mail de um amigo que há muito não nos falávamos.

Ele me mandou um poeminha de Alice Ruiz que eu tinha mandado pra ele há 2 anos atrás e que agora mais uma vez divido-o com o universo.





Minuto à minuto

quis um dia todo azul

no seu dia

Meu bem querer

quero crer

azulou

teu dia a dia

tudo que podia

segunda-feira, 5 de maio de 2008


Só para falar de anjos, me deitei com o livro que um dia me deu.
Numa página quase branca, via-se o outro lado do vidro,
e um abajur
que deixa meu quarto azul
um pouco mais frio.
Em dias de chuva resolvo minha solidão com chá de camomila e um lápis de olho.
Lembro do silêncio que fiz, quando você falou da liberdade sem compromissos além do amor
de amar.
E do sorriso de canto de boca.
E da tua,
e da minha boca.
Descubro que nós, nós dois,
juntos,
já temos um passado.
E que o presente é circunstância do agora.
Penso que evolução não é progressão,
se relaciona melhor com transformação.
E que dois corpos juntos,
em suspensão,
só podem estar voando ou estão com tesão.
Você me diz sorrindo: Sonhe comigo.
E eu te respondo, como quem cuida dos olhos, que o seu vermelho e o meu azul é violeta.
Entre a lagarta e a borboleta.

Como quem voa pela primeira vez...
Como quem tem apenas um dia de vida...
Como quem descobre o silêncio....

Passamos a rolar.
Nós, nós dois, juntos.
O presente é circunstância do agora.
E eu só queria falar de anjos.



BAILE ESQUEMA NOVO - CONFIRAM!!!!!!


terça-feira, 29 de abril de 2008


Um formigamento nas costas.

A dor de rasgar o músculo e transpassar a pele.

Prazer comparado somente ao gozo de voar...

Já ouviu falar de pessoa-anjo?

Um dia, assim, sem mais nem menos, ela falou...

- Ele tem alguma coisa praia na alma.

Foi como visitar aquela casa lá longe, no encontro do rio com mar

e ver os meninos que brincavam de luta,

desculpa para se tocarem.



Foi quando no meio do mundo eu encontrei

(ou fui encontrado?)

pelo menino da foto.

Quem disse que anjo não comete pecado?

kkkkkkk




sexta-feira, 4 de abril de 2008

Aconchego


Hoje eu tive um sonho tão bom.


Sabe, um daqueles que faz a gente acordar sorrindo...


Aí lembrei logo de Clarice, a Lispector.




"Hoje é noite de lua cheia. Pela jenela a lua cobre a minha cama e deixa tudo de um branco leitoso azulado. O luar é canhestro. Fica do lado esquerdo de quem entra. Então fujo fechando os olhos. Porque a lua cheia é de uma insônia leve: entorpecida e durmente como depois do amor. E eu tinha resolvido que ia dormir para poder sonhar, estava com saudade das novidades do sonho." (Água Viva, C.L.)


segunda-feira, 31 de março de 2008

Caetaneado

"Mora na filosofia...
pra quê rimar amor e dor?"

quinta-feira, 27 de março de 2008



Tanto tempo sem aparecer...

Olga me falou:

Lucas, fala sobre o silêncio.

E eu me calei.

Senti meus próprios ecos.

Pensei em como falar sobre o silêncio sem me sobrepor à ele,

sem,

contudo,

deixar que ele fale por si só.

Eu me calei, olhei para cima e percebi o quanto de ar tem sobre mim.

E a troca que estabeleço a cada inspiração seguida de expiração.

O silêncio é contraditório em si mesmo.

E aqui volto a falar sobre os ecos...

Os meus, digo, os meus.

Queria poder calar o mundo,

mas calar, cabe-me apenas.

Olga me falou:

Lucas, fale sobre o silêncio.

Eu pensei:

Fale você.

E saí batendo a porta.















segunda-feira, 3 de março de 2008

Adriana Falcão em O doido da garrafa

Ele não era mais doido que as outras pessoas do mundo, mas as outras pessoas do mundo insistiam em dizer que ele era doido.
Depois que se apaixonou por uma garrafa de plástico de se carregar na bicicleta e passou a andar sempre com ela pendurada na cintura, virou o Doido da Garrafa.
O doido da garrafa fazia passarinhos de papel como ninguém, mas era especialista mesmo em construir barquinhos com palitos. Batizava cada barco com o nome de uma mulher e , enquanto estava trabalhando nele,morria de amores pela dona imaginária do nome. Depois ia esquecendo uma por uma, todas elas, com exceção de Olívia, uma nau antiga que levou dezessete dias para ser construída.
Batucava muito bem e vivia inventando, de improviso, músicas especialmente compostas para toda e qualquer finalidade, nos mais variados gêneros. Vai aí aquela da mulher de blusa de verde atravessando a rua apressada, e o Doido da Garrafa imediatamente compunha um samba, uma valsa, um rock, um rap, um blues, dependendo da mulher de blusa verde, do atravessando, da rua e do apressada. Geralmente ficava uma obra-prima.
Gostava muito de observar as pessoas na rua, do cheiro de café, de cantar e de ouvir música. Não gostava muito do fato de ter pernas, mas acabou se acostumando com elas. De cabelo ele gostava. Em compensação, tinha verdadeiro horror a multidão, bermudão, tubarão, ladrão, camburão, bajulação, afetação, dança de salão, falta de educação e a palavra bife.
Escrevia cartas para ninguém, umas em prosa, outras em poesia, como mero exercício de estilo.
Tinha mania de dar entrevistas para o vento e já sabia a resposta de qualquer pergunta que por ventura alguém pudesse lhe fazer um dia.
Ajudava o dicionário a explicar as coisas inventando palavras necessárias como dorinfinita.
Adorava álgebra, mas tinha particular antipatia por trigonometria, pois não encontrava nenhum motivo para se pegar pedaços de triângulos e fazer contas difíceis com eles.
Conhecia mitologia a fundo.
Tinha angústia matinal, uma depressão no meio da tarde que chamava de cinco horas, por que era a hora que ela aparecia, e uma insônia crônica a que chamava carinhosamente de Proserpina.
Sentia uma paixão azul dentro do peito, desde criança, sempre que olhava o mar e orgulhava-se disso.
Acreditava no amor, mas tinha vergonha da frase.
Às vezes falava sozinho, mas só às vezes.
Preferia tristeza à agonia.
Todas as noites, entre oito e dez e meia era visto andando de um lado para outro da rua, método que tinha inventado para acabar de vez com a preoculpação de fazer a volta de repente, quando achava que tinha andado o suficiente. (Preferia que ninguém percebesse que ele não tinha para onde ir.) Enquanto andava, repetia dentro da cabeça incessantemente a palavra ecumênico sem ter a menor ideia da razão pela qual fazia isso.
Durante o dia o Doido da garrafa trabalhava numa multinacional, era sujeito bem visto, supervisor de departamento, ganhava um bom salário e gratificações que entregava para a mulher aplicar em fundos de investimento.
No fim do ano ia trocar de carro.
Era excelente chefe de família.
Não era mais doido que do que as outras pessoas do mundo, mas sempre que ele passava as outras pessoas do mundo pensavam, lá vai o Doido da Garrafa, e assim se esqueciam das suas próprias garrafas um pouquinho.

sábado, 1 de março de 2008

Olha nós aqui!!!!!!!

Sobre o VagaPara

VagaPara é um bichinho muito esperto. Ele vive embaixo da terra e passa a vida toda, com seus dois olhinhos bem abertos, discutindo idéias. Amigo dos insetos, das minhocas e de todos os micro-habitantes subterrâneos, não se incomoda em discutir com eles. VagaPara adora debates, plenárias e aulas de filosofia.
A família desses bichinhos tem uma característica bem peculiar. Ela é marcada pelos encontros e afinidades. Uma família VagaPara é ótima em colecionar informações.
O 1º Congresso Nacional dos VagaPara previsto para acontecer entre março e abril de 2008 tem como tema: A Transposição da Idéia de Unidade Mínima de Memória para uma Formulação em Dança.
O slogan do encontro é VagaPara Cookie!!!!
Não percam.



Sobre Cookie

Cookie é uma massa em constante mutação.
Tudo depende dos ingredientes colocados, da mão que amassa e da língua que prova.
Cookie é o momento em que a coisa acontece, quando a massa vai tomando forma...
Sabe aquela fração de segundo em que, naquele ângulo, com aquela luz, sob o olhar daquele ou de outros olhos o gesto é feito? E, de repente, do gesto brotam significados, leituras, escolhas... Aí é Cookie!!!
Quando a luz encontra o som, na sombra ou no silêncio. O movimento e a pausa.
O braço. O cachorro. Os meninos na praça. Uma chuva azul.
Eu vejo um passarinho!!
Cookie é plural. Pode ser tudo!! Mas não é qualquer coisa.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Por LisaVietra, uma artísta em essência


Rosas, Gerânios e Margaridas


Agora que estou tomando consciência que o jardineiro sou eu...

Respiro meus sorrisos,

me deito sobre a minha serena alegria.

Bebo copos cheios de silêncio.

Dialogo com a inteireza.

Danço valsas, braços dados com a realização.

Me coloco no mundo do tamanho que sou.

E amo muito a muita gente.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008


Orgasmo
Suspensão
Pausa
Expiração.


Ou quase morte.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Passa Rinho


Passarinho que voa leve.

Leve também esse cheirinho de jasmim...

E quando chegar lá, chegue devagarinho, bem de levesinho...

como quem chega pra sonhar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sempre em contradição, resovi escrever linear. Tentando ser descritivo sinto saudade da poética presença de LisaVietra.
Bom, mas o fato é que eu sei que tinha dito pra minha mãe que ia na missa depois de tudo, e não fui. Mas pensei tanto nela, ontem na cachoeira...
Eu li que o remédio tinha várias contra-indicações. Mas é que quando tá alí, ao acance das mãos...
Eu sabia que ia ser foda aceitar a solidão. Mas é que é tão tentador o silêncio de humanos...
E o céu é tão grande...
E eu preciso tanto aprender sobre o meu amor...
Eu sei que tinha dito que nunca mais eu faria isso, porque eu já não via mais graça.
Mas sobre o corpo biológico quem agem são os hormônios! E tesão é só se permitir sentir...

Já falei sobre escolhas.
Já pensei sobre na integridade de aceitar um não.
Já olhei as estrelas.
Já dancei uma noite inteira.
Já amei tanto quase explodi.
Já olhei uma paisagem e fiquei sem ar.
Já chorei. Já subi em árvore.
Já chamei filho da puta.
Já botei o dedo no cú.
Me droguei. Meditei.
Fui no encontro do rio com o mar.
Já fiz manage à troi
E passei três dias sozinho no meio do mato.
Foi lindo!

2 de fevereiro. Dia de Iemanjá.

Dia de ligar pra minha mãe.

Parei na pedra. Mergulhei no rio.

Obrigado as minhas amigas bruxas por me ensinarem sobre a alquimia do alimento.

E eu tô tão feliz!!!!

Todo emocionado por dividir com minha irmã, que é bruxa também, e que é deusa, e que é branca, bela,bela,branca....

Há tanto que não cozinhávamos juntos. E foi lindo. E todos comeram. E eu vi o brilho nos olhos dela.

Um brinde!!!! a tão bem vivida tranquila felicidade.

A tarde chegou. Pegamos lenha.

Na noite enorme ascendi a fogueira.

Alimentei-a. Sobreviveu até o ultimo graveto. Ao seu lado apenas uma vela. Que um menino bem bonito, aqule das estrelas que subiam pelo braço e virava céu, passou e ascendeu.

E eu entendi tanta coisa sobre AMOR- MÁGOA- TRANQUILIDADE- TEMPO.

Dei chá de alho aquela antiga gripe.

E fui dormir com meu ascendente.

Capricórnio.

2ª FASE

Engraçado que o Capão tem desses encontros...
Além da capacidade de multiplicação. Aqui na casa mesmo éramos 5 e em uma noite já somos 14.
Mais cedo tinha falado sobre Vinícius com minha irmã e lembramos da definição de Paula Lice:

_ Vinícius passou a vida escrevendo poemas pra comer mulher!

Conversamos sobre o amor olhando a chuva sobre o vale... E na orquestra dos passarinhos ouvi Nara Leão cantar. Olhei em cima de um banco e vi um livro de capa verde. Antologia Poética de Vinícius de Moraes. Pasmei na contracapa.

"Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instatnte
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
é que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude."


A pergunta foi imediata.
Qual mulher não daria pra ele depois de ler isso?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A mais pedida no Capão

Por Arnaldo Antunes

Se tudo pode acontecer
Se pode acontecer qualquer coisa
Um deserto florescer
Uma núvem cheia não chover

Pode alguém aparecer
E acontecer de ser você
Um cometa vir ao chão
Um relâmpago na escuridão

E agente caminhado de mãos dadas
de qualquer maneira
Eu quero que esse momento
dure a vida inteira

E além da vida ainda de manhã
no outro dia
se for eu e você
se assim acontecer...

Sincronicidade

Imagina só um lugar progetado pela natureza pra tirar o folego. Eu tava lá sentado com 3 amigos e um deles puxou um livro chamado Olhar inventa o mundo de Cacilda Povoas.
Eu abri e li.

"Lucas fechou a porta construindo o vazio seco que engoliu meu quarto."

"Interesso-me pelos abismos
pelos despenhadeiros
Facina-me a implacável lei da gravidade
a irreversibilidade do tempo
Os extremos, as bordas
são minha meta
Facina-me o para sempre perdido
no deslizamento sem sentido.
Os advogados reescrevendo
o momento X do delito
Os poemas redesenhando
o momento X do deleite.
Os castelos de números e cálculos.
Os cabelos de Lucas ao vento."

Fragmentos de chapada

"Mexe qualquer coisa dentro doida,
já qualquer coisa doida dentro mexe"
Caetano Veloso




A tranquilidade daqui tem me feito vestir azul.
E ontem mesmo escutei que o azul também é saudade.
Lembrei logo de ti.
O céu daqui parece mais perto, me estico bem, alongo os dedos para cima e quase sinto o calor delas.
As estrelas.
No escuro, com uma fogueira acesa elas parecem respirar uma sinfonia em diversas pulsações.
De repente me dou conta de que elas só existem porque eu to aqui, e as vejo. Suas vidas dependem do meu olhar sobre elas. Caso contrário, outras estrelas, outras pessoas, outro olhar.E só assim eu existo.
Sobre o olhar das estrelas.
Calmamente, meu olhar caiu sobre o pássaro que planava tendo em contraplano todo o mundo.
No espaço entre ele e eu um universo de sons e e imagens.
Ele pousou.
Eu o perdi de vista.
E calamamente meu olhar caiu sobre o monte.
Pensei que aqui o olhar pousa sobre as coisas e não passa por elas.


"Não se aveche não
baião de dois
deixa de manha
deixa de manha.."

Caetano Veloso.

Pensamentos de transição 2007-2008

Nada como um Lemisnki pra sintetizar a história.

"Na noite-enorme
tudo dorme
menos teu nome"

Quando os sonhos não esperam o sono pra voltar é sinal de que o encontro aconteceu.

Pensei nisso quando ao tomar um gole de vinho seco teu cheiro invadiu meu paladar.
Foi como dividir o respirar no tempo real, peito sobre peito. Teu corpo ainda está no meu.
Mas só em sensação. E o que sinto é um silêncio povoado de amor.