quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Série Paulo Leminski

de dia
céu com núvens
ou céu sem

de noite
não tendo núvens
estrela
sempre tem

quem me dera
um céu vazio
azul isento
de sentimento
e de cio

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Olha gente, tem uma moça aqui na Bahia que me facina com seus escritos, já até postei outras coisas dela aqui no fragmento.
Claudinha Barral é dramaturga, atriz, e é minha amiga rsrs.
E eu adoro meus amigos talentosos...

"O amor não sabe desaparecer como explodem silenciosas as estrelas no universo. Ele está entre as coisas que passam, que são barcos, crianças correndo, ventos, mas não sabe partir. A infância, quando eu mesma era a criança que corria, esse véu de lembranças que trago, a morte, meus avessos, a rosa amarela que não terá fim porque não teve começo, as luzes que se acenderam em nós, tudo isso ainda está, permanece, enquanto passam as coisas que sabem passar. "

"Meu Jesus, perdoe-me pela disenteria de certezas que me acomete de quando em quando.
Cristo, Cristo do Se, ter certeza é estar louco."

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre o deliciar-se de si mesmo


Nos últimos dias tenho me deliciado com minha solidão como quem experimenta fruta nova.

Como quem sente pela primeira vez o azedinho adocicado da pitanga ou os lábios grudados de mangaba...
E tenho amado tanto.
Ainda sinto os lábios grudados.
Os beijos e as mangabas tem algo em comum:
a vontade de mantê-los juntos.
Os lábios, digo.
Nos útimos dias tenho me deliciado com minha solidão como quem experimenta fruta nova.
E isso tem sido tão recorrente em minha vida.

Uma pausa de amarelar - porque conhecidências existem

Não sei qual a louca relação que existe entre o amarelo, a primavera e eu.
Hoje quando acordei pensei em usar amarelo.
No ponto de ônibus, encontrei um Sr. que nunca tinha visto antes usando um chapéu amarelo, uma camisa de botão amarela, uma calça amarela e achando pouco um sapato amarelo. Pasmei!
Foi surreal. Parei ao lado dele acreditando que ele iria me dizer algo de muito especial (afinal era muita conhecidência, e muito amarelo), mas ele entrou no ônibus para o Iguatemi em silêncio...
A partir daí tudo amarelou. Os cachos de banana na barraquinha. A linha que divide as duas pistas. A palaca que dizia: DEVAGAR ESCOLA, o 30 de Setembro na minha agenda.
Pensei logo em Elisabeth Finger com seu Amarelo e no La vie en close de Paulo Leminski.
Foi quando descendo do céu da Escola de Dança ( lugar onde os amigos se encontram para aliviar a mente) me deparei com uma amiga queridíssima vestida em um amarelo gema que gritava.
Logo ela que é de Oxum.
Só sorrisos...
e alguem falou: Que lindo vocês dois de amarelo.


E floresceram os Ipês na Avenida Garibaldi...