sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Fragmentos de chapada

"Mexe qualquer coisa dentro doida,
já qualquer coisa doida dentro mexe"
Caetano Veloso




A tranquilidade daqui tem me feito vestir azul.
E ontem mesmo escutei que o azul também é saudade.
Lembrei logo de ti.
O céu daqui parece mais perto, me estico bem, alongo os dedos para cima e quase sinto o calor delas.
As estrelas.
No escuro, com uma fogueira acesa elas parecem respirar uma sinfonia em diversas pulsações.
De repente me dou conta de que elas só existem porque eu to aqui, e as vejo. Suas vidas dependem do meu olhar sobre elas. Caso contrário, outras estrelas, outras pessoas, outro olhar.E só assim eu existo.
Sobre o olhar das estrelas.
Calmamente, meu olhar caiu sobre o pássaro que planava tendo em contraplano todo o mundo.
No espaço entre ele e eu um universo de sons e e imagens.
Ele pousou.
Eu o perdi de vista.
E calamamente meu olhar caiu sobre o monte.
Pensei que aqui o olhar pousa sobre as coisas e não passa por elas.


"Não se aveche não
baião de dois
deixa de manha
deixa de manha.."

Caetano Veloso.

2 comentários:

Olga Lamas disse...

MeXe, baby.
Escuta. baby.
Vive, baby.
Errando, sim. Para acertos futuros.
Em todos os sentidos, inclusive os gramaticais ;)

Olga Lamas disse...

E você é poeta demais!