segunda-feira, 2 de junho de 2008

Do dia em que conheci amarelo


Amarelo sempre foi importante em minha vida, mesmo antes de conhecê-lo.

Cresci sentindo uma gostosa simpatia e uma certa intimidade com ele.

Assim como uma paixão azul que me persegue até hoje.

Da infância, lembro que éramos 4 netos em cima de um pé de acácia pingos de ouro.

Do sonho lembro das velas amarelas.

Do dia que conheci amarelo lembro do cacto, da menina bonita com saia, do suvaco dela e da hora em que encontrei seu olhar.

Compartilhar com alguém algo tão abstrato quanto um sentiramarelo, é pra poucos.

A plasticidade da cena, a conversa de canto de ouvido, o mundo de imagens emolduradas

re-significando-se

a cada instânte.

E de novo o olhar.

Me lembrei do Leminski:


"Olhar o mesmo olho

com outros olhos

em outro olhar..."


E de novo um sentiramarelo.

E o sorriso que quase escapa tem cor amarelosutil.

E o rastro dos pésquefalam me conduzindo ao lugar mais próximo que já acessei.

Entre a cena e as artes plásticas.

Entre eu e o ser do palco.

Entre o amarelo e o azul.

E aqui volto a lembrar do Leminski:


"Amor é o elo

entre

o azul e o amarelo."


Que seja um encontro de muito amor.




Esse texto foi escrito após o contado com a obra Amarelo, uma cena de dança encenada e dirigida por Elisabete Finger integrante do Coletivo Couve-Flor, residente em curitiba.

É uma apologia aos encontros e um agradecimento declarado.



4 comentários:

Princesa Ricardo Marinelli disse...

ô, meu príncipe...
que lindo!

Realmente a potência quase inominável de amarelo é surpreendentemente sedutora, mas vou me permitir a usar aqui uma das formas que a própria beti se refere ao trabalho:

"Um convite ao Outro que me observa: para uma imagem é preciso ser dois."

Ou seja, obrigado por seus olhos!

Vou fazer com que seu comentário chegue bem logo aos ouvidos da minha irmãzinha.

Saudades docê.

BG disse...

Oh negaum...amarelo tb me diz muito...pra mim, é sinônimo de alegria!
Q delícia Olga ter me falado do seu blog...há tempos n publico meus pensamentos em blog...o seu me chamou para o meu!
Abços da cor amarela.

Elisabete Finger disse...

Lucas querido,
ainda me lembro de ter encontrado teu olhar naquele dia amarelo...
fico imensamente feliz em saber que meu sentiramarelo faz eco no teu, que construimos um sentiramarelo outro, juntos.
Acredito mais na arte quando encontros como estes acontecem. Obrigada pelas palavras adoráveis, por me encontrar e por trazer o azul...

Com amor,
Beti

PS. Me escreve um email pra eu ter teu endereço e poder te escrever tbem?

Elisabete Finger disse...
Este comentário foi removido pelo autor.