terça-feira, 4 de outubro de 2011




Foto de João Meirelles

Negociação


O encontro começa assim:
Um olhar aqui, um sorriso ali.

(As palavras que seguem são meros acordos sociais de como se conhecer)

- Como é seu nome mesmo?
- E tem quantos anos?
- Nossa que cheiro bom esse perfume.
- Gostei do seu brinco quero pra mim.

Vi sua tatuagem. Perguntei o que ele gostava de comer. Ele falou sobre chocolate. Droga! Eu só que tinha morangos pra oferecer.

Aceito. Ele falou tocando o dedo no meu.


(As palavras que seguem serão escritas no próximo encontro)

...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 5 de junho de 2011

Minha mãe, meu pai, meu amor, meu irmão, meu namorado, meus amigos.
Tudo deles.
O amor é incondicional.
É muita coisa
pra dentro
e pra fora

sábado, 4 de junho de 2011

Olhou ao redor e percebeu que estava só.
Não era medo o que sentia, mas tinha o gosto da tensão que o medo causa.
Começou a desenrolar fiapos de si. Delineando-se.
De leve.
Como quem sente um assovio pela simples vibração das partículas sonoras.
O ar se movimenta.
Isso é tudo.

domingo, 27 de março de 2011

Pingos de chuva
Caem do céu
...

sábado, 26 de março de 2011

Parou. Toda vestida de branco.
Olhou tudo o que já havia escrito ali.
O tamanho do caminho que fez ao escrever naquele papel. Branco.
Tudo parecia mais calmo agora.
Tirou a roupa.
Nua, e toda vestida de branco.
A luz que entrava iluminava apenas a carta.
(Para o herói)
Nela? Grafias - impressões de seu próprio corpo.



Texto escrito após assistir a obra - Para o herói: Corpo sobre papel de Paula Carneiro
Foto de Aldren Lincoln -

quinta-feira, 24 de março de 2011

violeta champagne - por Felipe Vasconcellos

oi

hj te assisti em fragmentos. hj. antes queria mas não vi. exitei foi bobeira minha. é lindo é tão vc. disso eu já sabia ñ menti quando dizia. eu vi amor vi despedida vi desilusão vi carne viva alma. vi vc ontem e hj falando comigo. vi o que deixei pra descobrir ao vivo e sentir na pele do jeito que tivesse que sentir. quiz ir aberto deixei-me apaixonar não pude evitar não. deixei a xícara cair só que ela não quebrou transbordou. a maré fico alta demais e tive cãibra e comecei a debater sonhos medos realidade. virei do avesso pra encontrar o peso e de mim caíram folhas de outono junto com as cascas velhas das árvores. fiquei violeta champagne e não flutuei não deixei o vento me levar mas senti cada rajada atravessar meu corpo nú aconchegando no peito todo amor que em silêncio denunciava me espiando desacordado. te sinto. sinto. muito. coisas que a subjetividade apenas desenha e só ouvimos qnd nos olhamos. rejeito hj maiores pontuações deixo projeções apaixonadas e desvirguladas. elas são desnecessárias. eu e vc jamais...

sábado, 19 de março de 2011

Diante do inevitável - virar e ser memória

Que seja bom.

E já passou.